Pages - Menu

terça-feira, 5 de junho de 2012

De volta a terra prometida

Eu não quero mais ficar aqui. Chegou a hora de ir para o meu lugarzinho feliz e ser, não sei, feliz? Porque eu sinto falta disso. Eu sinto falta de ser feliz. Já é hora de voltar para casa, para minha Promised Land. Eu tenho muita bagagem: a tristeza, a decepção, o desespero. Eu tenho muita, muita bagagem, mas quando eu chegar lá tudo ficará bem. Pelo menos, por um tempo. Não me importo com o frio ou com a solidão. Na verdade, sou muito afeiçoada ao frio e a solidão. Velhos amigos. É esse lugar. Essa cidade. Essas pessoas. Eu não consigo respirar aqui. O ar é pesado, é venenoso; está impregnado com a realidade. Eu consigo respirar a realidade no ar e temo que isso esteja me matando por dentro. É esse lugar... Sinto como se tudo estivesse girando muito rápido a minha volta e eu não consigo me mexer. Tudo está muito rápido e estou congelada. Eu quero a estrada de novo. Os rios, o verde, as estrelas e o ar que cheira a poesia. Preciso voltar a minha terra prometida, porque deixei algo muito importante por lá. Meu coração. Eu preciso dele agora. Preciso sair desse lugar. Preciso que tudo pare de girar. Preciso sentir que sou capaz de me mover de novo. Eu preciso ir para casa, porque não consigo respirar aqui e temo que já esteja morta. Porque não consigo escrever. E se não consigo escrever, devo estar morta por dentro. Escrever sou eu. Escrever é meu coração, minha mente e alma (se é que acredito em algo tão irreal quanto uma alma). E eu sinto que já falhei em tudo, mas escrever... Eu ainda podia escrever. Por isso preciso ir para minha terra prometida, porque ela não falhará comigo. Por que lá, eu posso escrever; posso ser feliz; posso respirar.

Nenhum comentário: