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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

A Dama Branca

Prólogo

"Nascida na última semana do inverno,
filha do mau e da pureza;
O ser mágico interno
da menina que só conhece a frieza.
Prometida ao jovem eterno
cujo o amor ela não aceitou;
Carrega a faca do inferno
Com a qual ela deve destruir quem a criou.
E se ela assim fizer
com a ajuda do velho, do jovem e do sádico;
Se o seu lado nobre vencer
poderá salvar todo o mundo mágico..."

Aí, o papel havia sido rasgado. Nem mesmo Jacques sabia o que poderia ter acontecido com o resto da profecia, ela havia chegado a suas mãos com o pergaminho parcialmente decomposto e ele ainda tivera que traduzir para a língua comum. A profecia havia sido escrita na língua dos Antigos, ou como dizem popularmente, na língua dos Seres Mágicos. 
Durante as últimas três décadas, quando ele tem pesadelos horríveis, levanta-se agitado da cama e corre até sua estante de livros a procura da profecia com medo de que ela tenha sumido, sendo levada pelos habitantes da noite. Não que as palavras já não estejam gravadas a fogo atrás de suas pálpebras, mas ele sabe que a profecia não pode cair em mãos erradas. Então, ele finalmente a encontra, o pedaço de pergaminho antigo com as mesmas palavras que ele diz para si mesmo antes de dormir todas as noites. De repente, um novo medo o invade... Ele tem que descobrir o que a profecia significa antes que o mundo mágico se despedace. "O sangue está em suas mãos velhas, Jacques", ele suspira e passa o resto da noite procurando nos livros e nos pergaminhos antigos uma resposta para aquelas palavras proféticas.
- Ainda é cedo para você ficar quebrando a cabeça com essa coisa. - Disse Tórr, o velho mago, indicando a profecia nas mãos de Jacques.
- Para mim é tarde, Tórr. Fiquei a noite toda pensando nisso. - Disse Jacques, sem tirar os olhos do pergaminho.
- Hunf. De novo. - Disse o mago. Jacques pode ouvir a desaprovação em sua voz, mas isso só o divertia. - Acho que está ficando obcecado com isso, Jacques.
- Talvez. - Respondeu, distraído. 
Jacques estendeu-se por cima da mesa atulhada de livros e pergaminhos para alcançar um grande livro de capa desbotada. Tórr bufou pela pouca atenção que o velho amigo lhe dava. Foi para o outro lado da mesa e encarou Jacques.
- Muito bem. - Disse Tórr. - Leia a profecia para mim de novo. Vejamos se consigo lhe ajudar.
Jacques suspirou. Não era a primeira vez que tinham essa conversa, mesmo assim ele leu a profecia aos sussurros para o velho amigo.
- Hum. - Tórr pareceu pensar. - Isso é bom ou mau, Jacques? - Perguntou ele, não pela primeira vez e nem pela última.
Jacques sabia que era sobre a profecia que ele perguntava. Pergunta essa que estava constantemente em sua cabeça, mas ele não sabia a resposta para ela.
Isso é bom ou mau?
Isso é bom ou mau?
- Eu não sei. - Respondeu Jacques, que olhou para as mãos como se já pudesse ver o sangue nelas.






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Isso é uma história que já estava na minha cabeça há um tempo considerável. Sempre sonhei em escrever uma história sobre um mundo mágico, com magos, heróis e criaturas mágicas. Não sei se vai dar certo, mas eu estou muito animada com isso. Espero que vocês se divirtam lendo.

Um comentário:

Antonio Souza disse...

Amanda como anda essa história? Tem continuação?
O começo teve realmente o "ar" que vemos nas histórias de mundos encantados.