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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A felicidade é pra gente forte



Às vezes eu acho que não me esforço o bastante, que a tristeza é culpa minha. Que seja. Sinceramente, eu tenho preguiça da felicidade. A minha felicidade é como o gato da alice, com um sorriso cruel ela vira fumaça diante dos meus olhos. Sinto que ela foge de mim, sinto que preciso me esforçar tanto para mantê-la aqui que dói. Dor de verdade, dor da perda antes que ela realmente aconteça, dor de saber que ela pode sumir a qualquer momento. Felicidade é coisa difícil, precisa se esforçar e quem é triste não pode esforçar-se. Não é, senhor Fernando Pessoa? Não estou menosprezando a felicidade, não, quem me dera tê-la aqui comigo mais vezes. Admiro aqueles que conseguem ser felizes, gente esforçada essa. Já eu, não, eu tenho preguiça da felicidade.
Ah, felicidade é um véu fino que me envolve raramente, um véu que quero tocar, mas quando ouso passar a ponta dos meus dedos naquele véu, ele se desmancha. Felicidade é um brinquedo caro e eu sou tão pobre. Desisto, eu vou ser triste. Acho que assim é melhor, não há esforço nisso. Eu vou ser triste e escrever textos amargos sobre a felicidade. É, isso não soa como esforço.

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