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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Just close your eyes, but keep your mind wide open!

[Silêncios feitos de estrelas mortas
ou
O silêncio no fim do universo]

Eles dizem que a juventude é o mais perto que chegamos de sentir o infinito;
Os jovens acham que nunca vão morrer.
Por isso, é curioso
eu sentar na minha sacada
tremendo de frio e de medo
da minha própria mortalidade.
O que acho trágico na morte,
veja bem,
não é a morte em si;
É o fim da vida.

A morte se confunde com a realidade:
Ela quase nunca faz sentido!
E o silêncio que ela traz,
longe de ser antinatural...
Na verdade, é o silêncio mais natural que há.
É aquele que nos mostra como
todos os outros silêncios
eram falsos.
A vida é uma sinfonia disforme;
cheia de silêncios falaciosos
e gritos contidos.
A morte - toda a morte - é calma e quieta;
Talvez não os minutos que a antecedem,
mas o ato em si?
É o maior silêncio do mundo.
Um que se confunde com os outros.

É isso o que eu odeio na morte.
O ato é tão biologicamente adequado
que ocorre sem notarmos,
escorremos para ela sem querer.
É tão banal que já virou piada.
E isso é um jeito cruel de disfarçar tamanho exagero,
Pois terminar algo tão ruidoso
quanto a vida
de um modo tão clínico
só pode ser um baita exagero.

É como a morte de uma estrela;
Deveria ser algo astronomicamente alto,
mas não faz som algum.
A luz continua lá.
Só notaremos daqui há uma centena de anos;
E, mesmo assim,
só se olharmos para cima.


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