domingo, 24 de fevereiro de 2013
Canções de marinheiro para noites de luar
A lua rege o céu como uma rainha velha;
o vestido branco amarelado,
o brilho preguiçoso de uma alma antiga.
Lembra-me o Olho de Netuno;
Branco e enevoado, regendo os mares
como ela rege o céu.
Ela faz os poetas declararem palavras apaixonadas aos céus,
Enquanto Ele sopra canções na espuma das ondas
(porém quando as ondas quebram na praia, a melodia se perdeu na maré
e quando as declarações de amor, subindo lentamente, alcançam a morada das estrelas,
elas não passam de sussurros ininteligíveis)
A luz que brilha no Olho e na Lua não ilumina.
Ela rege, governa essas almas eternamente jovens em comparação,
Mas não ilumina e nem cobre de luz
as tantas figuras jogadas no chão de concreto,
cobertas apenas em frangalhos e céu.
Lembram-me as figuras que flutuam nos braços do mar
Mas essas estão fisicamente mortas,
enquanto as figuras no concreto tem uma morte
mais simbólica,
Só de alma.
As luzes prosaicas e barulhentas
(amarelo, vermelho e branco)
são vagas sombras daquelas debaixo do manto de Netuno.
Se eu estreitar meus olhos e
prender a respiração,
Posso fingir que estou em casa.
Eu tento.
Anseio sentir a imensidão,
Mas aqui, neste mundo,
Eu só me sinto pequena.
(E sozinha. Oh, tão sozinha!)
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