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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Arte desregrada

Nunca me encantaram as meninas cheias de pudores,
com suas grinaldas brancas até as ancas
Prefiro aquelas cheias de cores, 
que carregam o sobrolho e dão gargalhadas altas
sem se importar com o mexerico das comadres.

Não me inspiram as meninas coradas
com medo de abrir a boca
Gosto das meninas ousadas,
de batom vermelho ou cara lavada.

Já me cansei das meninas caprichadas!
Sei que elas foram idealizadas e idolatradas,
por muitos poetas enamorados antes de mim.
A doçura delas não pode ser negada,
mas estou farta de moças açucaradas e macias feito cetim.

Perdoem-me, já vou falar de poesia.
Também não gosto das regradas,
bonitinhas e rimadas.
Sou poetisa de verso livre
e mente aberta.
Não venha medir minha arte com fita métrica.

Não estou interessada nessa sua tão falada realidade.
Não venha molestar minha imaginação
com seu repetitivo "mas é assim que as coisas são".

O senhor pode apontar para minhas palavras
e balir que me engano.
Pois, vejam só, acabei por rimar toda a poesia.
Vou lhe responder: 'Não é engano. Não, senhor.
É que me diverte muito a ironia.'

3 comentários:

bruna disse...

Que lindo *-*

Irene Chemin disse...

"Não venha medir minha arte com fita métrica." Muito bommm!!! Parabéns!

Amanda disse...

Obrigada :D