As pessoas se perguntam o que é pior: A dor do amor não correspondido ou aquela lacuna que ocupa um espaço no seu peito. As pessoas perguntam e comparam, mas o que eu posso fazer se só conheço esse vazio?
Nada conheço além da lacuna, desse buraco que de tão vazio, assusta. Mas a dor não é nada vazia, ela é tão real que parece que as bordas desse buraco pegam fogo. E esse buraco parece tão fundo que aparenta ser capaz de arrastar e consumir qualquer um que chegue perto demais. Então, existe o medo. O medo daquele buraco profundo e escuro engolir toda a esperança de uma cura, de algo que o preencha. Esse medo é tão real quanto a dor, tão real que posso jurar que ele está sentado ao meu lado sussurrando palavras que, quando fecho os olhos, se trasformarão em pesadelos.
Então, ele vem sorrateiro, esse medo nocivo que envenena minha alma contra todas as pessoas inteiras, sem buracos no peito. Ah, como sinto-me fraca em frente a tudo isso, apenas com um coração frio e uma mente tola. E se a minha estrada for apenas isso? Um vazio infinito? Como eu vou ser uma daquelas pessoas que comparam o que é pior? Porque, de uma forma doentia, eu as invejo.
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