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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Estou para felicidade assim como Patty Berglund está para elogios

Todos se retraem dessa época quente e luminosa. Eles preferem se esconder em alguma toca ou caverna que os proteja da esperança, do sol e das emoções exacerbadas do final de ano. Eles são sensatos. Eu deveria seguir o exemplo deles e me proteger. Sou uma admiradora improvável dessa época do ano, as vezes me sinto meio traidora por ser tão feliz em minha mediocridade e não participar do ódio coletivo contra o natal, o ano novo e tudo que vem com dezembro. Nessa época estou muito bem comigo mesma sendo um clichê e  comemorando datas religiosas, nas quais não acredito, com a minha família. Enquanto no resto do ano fico fugindo do clichê que sou.  A mediocridade, o clichê, o banal, tudo isso tem uma finalidade. É a felicidade o prêmio por tudo isso e eu aceito de bom grado. Entretanto, isso me parece tão bom quanto insensato, já que essa tal de felicidade é tão passageira. O problema é mais comigo do que com a vida em si: A felicidade me dói, me cansa. Muito antes dela ir embora, eu já estou sentindo saudades. Então, tenho para mim que estou para a felicidade assim como Patty Berglund - personagem fictícia do livro que estou lendo atualmente - está para elogios. 
"Àquela altura, ela acreditava que era por ser desprendida e ter espírito de equipe que os elogios pessoais a deixavam tão encabulada. A autobiografa hoje acha que os elogios eram uma bebida de que ela inconscientemente tinha a prudência de evitar uma gota que fosse, visto que sofria de uma sede infinita." Patty Berglund (Liberdade - Jonathan Franzen
Deveria seguir o exemplo de Patty - e de todos os outros - e ter a prudência de evitar essa felicidade de final de ano. Entretanto, vou em frente e sou feliz. Teimosamente feliz. Temporariamente. Imprudentemente. Tolamente feliz.

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